terça-feira, 17 de novembro de 2015

Divã


Após muito adiar, comecei as sessões com o psicólogo. 

O local é bem agradável e aqui perto do meu trabalho. Ele parece ser das antigas, com algumas idéias bem enraizadas, parecendo até antiquadas.

Não sei se ainda é cedo. Mas sinto falta, às vezes, de um pouco de naturalidade. Geralmente, o psicólogo não julga. Fica remoendo e analisando. Dá a entender que ele não aconselha o que realmente sente.

Na verdade, indo pra 3ª sessão, eu me sinto um pouco mais leve. Já falei coisas bem cabeludas, que me envergonho até mesmo de contar aqui no blog. Não sei se seria a palavra certa... vergonha. Mas não estou no clima de arguições gratuitas em certos assuntos.

Algumas atitudes que tomei nos últimos meses soam estranhas até mesmo pra mim. Que diria então para os outros ?

Falei pra ele que pretendo em breve, quando terminar o semestre letivo, me matricular em um clube de xadrez que descobri perto do meu trabalho. O dr me encorajou, dizendo que seria algo bom pra liberar minha agressividade reprimida.

Confesso que me senti mais à vontade quando ele declarou ser também formado em sexologia. Não que eu tenha ido lá para resolver pendências deste assunto, mas ajuda. Não há como negar que já sinto as mudanças no corpo, após a virada para os 30 anos. Aquela quantidade de sexo desenfreada vem dando lugar a um número mais plausível, com mais qualidade. Falta acertar o meio termo entre o que eu tinha antes e o que tenho hoje. Volta e meia sinto que falta algo e me enfureço. Já reparei que reprimir é inútil, sendo o ideal transformar essa energia.

Ainda não deu tempo de explicar a ele minha sensação de pânico social e se há solução pra isso. Eu detesto, com todas as minhas forças, as multidões, barulhos desnecessários, gente sem educação falando alto, choro de criança, etc. Também não curto andar em grupos, sem um elo em comum. Do tipo que acabaram de se conhecer e alguns conhecem a maioria, outros ficam boiando nos assuntos. Sinceramente não tenho a mínima paciência pra isso.

Pra vocês terem idéia... tenho mantido contato com um colega que conheci no Facebook, na esperança de que virasse um amigo. Depois de meses, conseguimos marcar um chopp. Após conversar por quase meia hora, aparece uma amiga com um conhecido dela e resolve ficar. Eles não falavam português. Além de eu ficar boiando por não conhecê-la, nem ao menos entendia o que ela falava. Levei na esportiva, pensando na possibilidade de ela ter apenas passado por ali e não de ele ter marcado com ela e comigo ao mesmo tempo. Sim, resolvi tentar outra vez, apresentando meu namorado. Consegui 4 ingressos pra uma peça e iria chamar este cara e mais um outro conhecido meu ( pra não terem a desculpa de segurar vela ). Aí vem ele, se anima pra peça e diz que vai avisar a galera.

- Oi ? Que galera ?

Será que eu que sou louco ?

Fiquei com essa música na cabeça, essa semana. Não sei porque...