terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Natal


Não sei se contei por aqui, mas não tenho mais religião. Não vejo mais sentido nisso. Sendo assim, o Natal foi perdendo o sentido, gradativamente, pra mim... até chegar ao ponto atual.

Ok, a sociedade clama por um dia em família. Até aceitaria, com ressalvas. Família pra mim é marido/esposa, pai, mãe e irmãos. Sou filho único e meus pais não aceitam meu namorado. Impasse eterno. 

Mesmo assim, resolvi ceder um pouco. Gastei uma boa quantia com a ceia, na esperança de ter um dia tranquilo. Ainda que eu não gostasse da data, a comida é saborosa.

Acontece que minha mãe, com seu cristianismo escroto, gosta de usar o Natal pra aparecer. Gosta de chamar parentes que não vê o ano inteiro e de dar banquete, em plena crise.

Quando fiquei sabendo que as portas estavam abertas, a qualquer parente que quisesse entrar lá em casa, me senti extremamente incomodado. Tudo isso, porque a mãe da minha mãe, a velha má, estava lá. E ela tem mais de 487 filhos, consequentemente 863 netos e por aí vai. Minha mãe deu o tiro no pé de levar a colméia pra lá.

Eu detesto aquela velha há anos e não lhe dirijo a palavra. Mas ela insiste em passar dias lá em casa, por puro comodismo. Me dar conta de que ela tem mais direitos que eu, como receber quem quiser em uma casa que não é dela, me tira do sério.

Resolvi sair, em plena véspera de Natal. Iria assistir Jogos Vorazes e ficar pela rua mesmo. Não consigo ser falso e demonstrar estar tudo bem perto de alguém que eu detesto. O calor ajuda a tornar tudo mais insuportável. Pra quem já tem sangue quente, fica tudo a ferro e fogo.

Quando já estava no ônibus, com a mochila pronta, recebo uma mensagem do meu boy, dizendo que o pai viajou. Me chamou pra ir pra lá, enfatizando que me considera o único parente dele. Completou me chamando de herói.

Aí eu fui, né ? Namorar, transar, ar condicionado, privacidade e não ter que aturar aquela corja? Isso sim seria um milagre de natal.

Acabou que conseguimos assar um frango, experimentalmente, e ficou muito suculento. Completei com uma farofa de ovo caprichada e batata palha. Compramos um chocotonne e cobrimos com sorvete de flocos. 

Foi mais um deja vu de como seria nossa vida, morando juntos.



quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Dia da luxúria


Hoje é dia da luxúria, em BH.
Nosso amigo Bratz fazendo anos ( ui ) e esparramando alegria.
Resolveu nascer um dia antes da véspera de Natal, só pra ter 3 dias de peru.
A véia não dá ponto sem nó.

Parabéns.
Muita saúde e paz.




segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Limites : Onde termina o meu direito e começa o seu


Caros amigos, já dei fim a alguns relacionamentos por conta de limites.

Existem algumas pessoas que não tem idéia sobre individualidade e posses de bens materiais. Sou do tipo que considera que o que é meu, é meu. E ponto. Isso deveria ser óbvio, mas o conceito se confunde, por mentes tortuosas ou aproveitadoras.

Sou daqueles que procura facilitar a vida de quem se relaciona comigo. E como não acredito em altruísmo, espero manifestações de gratidão / reciprocidade. É o que me alimenta. Quando não há mais nenhum dos dois, chega o momento do fim das facilidades. Porque a facilidade é um benefício / favor. Não uma obrigação. Daí vem o conflito.

Conheço vários casais em que um dos dois tem uma condição financeira melhor e ambos conseguem lidar bem com isso. Pelo menos, aparentemente. É uma questão hiper complicada, pois sempre queremos estar perto do outro e às vezes podemos sentir que ele não nos acompanha.

Quando aquele que ganha menos possui um orgulho grande e não vê a ajuda financeira como uma gentileza, a questão começa a cair no abismo. 

Eu, por exemplo, já me considerei bissexual. Deixei de ser, por não aceitar a mania da maioria das mulheres que conheci... de que o homem deve arcar financeiramente com a relação ou a maior parte dela. Não concordo, pois isso é como se pagássemos pra namorar. 

Pelo menos as prostitutas assumem que estão ali pelo dinheiro. Estar em uma relação somente por favores ou ajuda financeira é bem pior que se prostituir. 

A sociedade é que faz vista grossa.

E como vocês lidam com essa questão nos seus relacionamentos ?


sábado, 12 de dezembro de 2015

Fone


terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Orgulho



Quando conheci meu menino, ele estava em um momento de se deixar levar. Tudo que lhe pediam, ele fazia. Não sabia dizer não. Tinha medo de magoar as pessoas e acabava sendo explorado.

A ex-madrasta deixava ele tomando conta da irmã, de 6 anos, enquanto saía com o namoradinho novo. Detalhe : Ela botou o meu sogro na justiça pra ganhar pensão, mas não queria tomar conta da filha. Eu realmente não iria me incomodar, até que me atingisse. Quando ele começou a ficar preso por causa dela, eu dei o ultimato : Passe a cobrar ela. Estipulei uma quantia simbólica... muito menos que qualquer outra pessoa cobraria. Em menos de 1 mês, ela começou a se sentir sufocada, tendo que pagar a ele. Resolveu desistir e cuidar da filha. Agora, ela praticamente não procura mais ele. Nem pra conversar. Curioso, não ? Ali, ele aprendeu que nada se faz de graça. Ela só estava ali porque ele era útil. Assim que percebeu que o joguinho não colava, rapidamente caiu fora.

Em 2015, o desafio foi outro. A namorada do irmão é uma garota extremamente abusada. Meu cunhado divide quarto com meu namorado. Óbvio, que os direitos são meio a meio. Só que a garota cismou que mora ali. Quando meu menino tá em casa, ela se assusta e emburra a cara. Foi o suficiente pra eu tomar minhas providências. Sabendo que ao se tratar de um casal de caranguejos ( cancerianos ), eu saberia como aniquilá-los. Era só mexer na rotina dos clec clecs. Passei um final de semana lá. Toda vez que a garota se aproximava, eu apertava o Gui. Isso já mexeu com a cabeça dela, que passou a querer mais carinho do meu cunhado, estressando ele. Na cozinha, fizemos juntos, um hiper almoço, com sobremesa... só pra dois. E ela se deu conta de que eles não passam do arroz com feijão. Foi só eu ir pra casa, que os dois começaram a discutir. 

Na semana seguinte, estávamos afastados. A carangueja chegou e achava que ele não estaria em casa e que poderia desfrutar do quarto. Quando viu o Gui, ela murchou e mandou um :

- Ah... você está aí, né ?

Como se ele fosse a visita ! Ah, maldita.

O irmão dele chegou do trabalho e quis forçar a barra pra que ele saísse do quarto, pra ficar a sós com a estranha. Meu menino bateu o pé e disse que não ia sair. O cunhado disse :
- Então vamos ver.

E não saiu. Não ganharam dele no grito. Olhem o que 20 meses comigo já fizeram ! Eles devem me odiar. Tiveram que ficar na sala.

Preparando o xeque-mate pro próximo fim de semana : Dei a idéia de colocar o guarda-roupa dele no meio das duas camas de solteiro. Assim, ela não poderia mais ficar na cama do meu namorado. E, é claro... providenciando ir mais vezes lá, pra expulsá-los de vez. Tudo isso, contando com a admiração do meu sogro, que obviamente prefere a mim do que aquela carangueja dramática.

Tá fudida na minha mão.



domingo, 6 de dezembro de 2015

Voltaremos


Esse clube é grande demais. Sim, caímos para a Série B. Mas voltaremos em 2018, mais fortes do que nunca. 

Força, Vasco.





sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Un giorno senza te



Não entendo essa de sexta-feira. As pessoas são quase obrigadas a serem felizes, encher a cara de álcool e aqui no RJ, almoçar feijoada.

Mas quem diabos começou isso ? Sexta é um dia hiper normal. Um dia útil, pra dizer a verdade. Esse povinho que só pensa no amanhã, acaba achando que sexta é um quase sábado. Mas aí o domingo desse povinho hetero vira quase segunda. Dá no mesmo ? Daria, se não fossem as lamentações e o caos que vira sexta-feira no Centro do RJ.

Por essas e outras, eu optei pelo horário de 18h às sextas, no psicólogo. Ninguém quer esse horário. Estão todos bebendo. Comemorando não sei o quê, no modo automático. Aí se você vê uma pessoa comum bebendo numa segunda-feira, vai recriminá-lo ! Ora essa, que ousadia. Se todos bebem na sexta, porque você quer ser diferente ?

" E meus amigos parecem ter medo
De quem fala o que sentiu
De quem pensa diferente
Nos querem todos iguais
Assim é bem mais fácil nos controlar ! "

No mais, após eu desentendimento, estou afastado do namorado. É um impasse que parece ser antigo  que diz respeito a minha individualidade. Algo que fomos colocando debaixo do tapete e fingíamos ter resolvido. Só que dessa vez ou conserta ou quebra de vez.

Às vezes alguns dias a só faz bem.

Nessas horas, eu sempre fico cantarolando uma música da Laura, que se chama Un giorno senza te ( Um dia sem você ). De um CD muito antigo ( Le cose che vivi , 1996 ).




quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Money


Dezembro chegou. E que ano foi esse !

Vendo pelo lado financeiro, não fiz grandes loucuras. Confesso que gastei um bocado com livros e Dvds / Blu Ray, que são minhas paixões no quesito material, mas nada de arrancar os cabelos.

E namorar gasta. Bastante. Nos últimos meses, tive a brilhante idéia de começar a nos hospedar em hotéis, ao invés de motéis. O custo baixou consideravelmente e conseguimos passar mais tempo juntos.

Meu namorado só conseguiu trabalhar dois meses neste ano. Fiquei um pouco sobrecarregado, mas não deixei a peteca cair. Mesmo apertado, fiz de tudo pra sairmos sempre nos finais de semana. Vários filmes, peças, shows e restaurantes legais. Sem contar a viagem que fizemos pra SC, em março.

Somando tudo isso, ainda arrisquei. Pedi demissão em um emprego em que eu estava hiper insatisfeito, pra ir pra uma empresa bem melhor. Porém, fiquei com o FGTS retido, o 13º foi usado em agosto ( proporcional ) e férias... ah, férias... só vencerão agora em agosto de 2016. Mesmo assim, foi um alto risco e uma grande vitória.

Meses depois, consegui um emprego pro meu namorado. Pra trabalhar de segunda a sexta e ainda por cima, perto de mim. Um golpe de sorte somado a uma dose extra de perseverança.

Consegui começar a comprar meus remédios pra neuropatia motora, mesmo que experimentais. Serão uma alternativa pra frear o avanço da doença. Recentemente, levei um tombo repentino, mesmo parado. As pernas não me obedeceram e acabei caindo. No dia seguinte, acabei deixando meu celular cair na caneca de água, por perder o controle da mão, naquele momento.

Fiquei algumas semanas com um telefone antigo, sem android. Estava na ânsia de comprar um MP4. Sinto muita falta de ouvir música em um dispositivo rápido. Acabei optando por comprar um celular novo, após alguns dias de pesquisa. Não trocaria, se ainda tivesse o antigo. Mas o conserto sairia mais caro que um novo. 

Não me senti culpado. Se tem alguém que merece um presente por este 2015, esse alguém sou eu.

Sem falsa modéstia.

Afinal, quem trabalhou pra comprar tudo isso, foi o cara que vos escreve.

Até breve.


segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Sobre aparecer


Confesso que fico agoniado quando reparo naquele tipo de pessoa que adora aparecer. 

É verdade. E o conceito de " querer aparecer ", varia de pessoa pra pessoa. Óbvio. Mas sabe aquela pessoa que curte a própria foto no Facebook ? Então... tipo essa !

Eu, ultimamente, tenho lutado bastante pra permanecer no anonimato em várias áreas da minha vida. A conta é simples : Quanto menos eu aparecer, menos perrengue eu terei. Sabe aquela máxima que acabou virando filme ? As vantagens de ser invisível. É por aí...

E vejo gente vendendo a alma, sendo falso, fazendo social com quem não gosta. A troco de quê ? Ainda sou obrigado a ouvir que não sobrevive no mundo corporativo aquele que é sincero e tem personalidade. Se isso for verdade, eu vou continuar pulando de galho em galho. Não curto isso.

- Ah, mas você nunca vai ser ninguém assim ! Com esse pensamento pequeno. 

Pequeno ? Ah, meu amigo... pequeno é ser hipócrita. É querer parecer uma coisa e ser outra completamente diferente. Ser responsável por nosso destino é pra poucos. A maioria gosta de jogar a culpa para o outro... e sempre ! Ah, eu seria feliz e realizado se não fosse meu namorado, meu filho, meu cachorro, meus pais, os políticos. Sobra até pra Deus. Mas olhar pro próprio umbigo e assumir a culpa.. nunca, né ?

Esse é o preço de ser livre. Saber que não podemos jogar a culpa pra ninguém. Se der certo, o mérito é nosso. Se der errado, a culpa é nossa também. Mas ora essa, ninguém quer assumir a culpa quando der errado, não é mesmo ? 

A maior morte consiste quando o medo de perder é maior que a vontade de ganhar.

A melhor forma de se aproximar da paz é não querer ser alguém. Já existem pessoas demais querendo isso. Prefiro ir no contra fluxo. A paisagem me agrada mais.

E pensar que gelei quando me pediram pra apresentar três slides em uma reunião de diretoria. Em dois tempos, apareceu alguém se oferecendo pra apresentar no meu lugar e aparecer mais pra chefia.

Vá com Deus.


segunda-feira, 23 de novembro de 2015

I am who I am


Pois bem, não é a primeira vez que ouço comentários / reclamações sobre minhas mudanças de comportamento / jeito de ser. Tentarei ser o mais explicativo possível, a ponto de manter esse link como resposta pra futuros comentários.

Sempre que possível, estou mudando. Seja no intuito de melhorar, seja pra inovar ou sair da mesmice. Não suporto a idéia de estagnação ou de parecer parar no tempo. Gostaria de estar sempre a frente do meu tempo, no quesito comportamental, mesmo sendo uma utopia.

Todos nós mudamos. Apenas a velocidade muda. Mesmo a pessoa que parece ter uma idade mental de 7 anos, está mudando. Do jeito dela. Eu tento acompanhar a minha idade, por mais difícil que possa parecer. Fico agoniado vendo gente adulta querendo ser adolescente, adolescente querendo ser maduro, idoso querendo ser garotão com plásticas, operações, etc. Acho que o tempo está aí pra ser respeitado e ir contra o fluxo é pura ignorância.

Eu cheguei aos trinta recentemente. Muitos dizem que não pareço ter trinta anos, achando que vão me agradar. Não serei hipócrita, ao afirmar que não gosto de parecer bonito e atraente. Mas não troco a beleza que eu tinha aos vinte, pela experiência que tenho hoje. Antes, eu era só aquilo : um garoto. E é muito fácil ser bonito aos vinte. A grande maioria é. Agora ter conteúdo, com qualquer idade, que é dose pra mamute. 

Por isso, eu decidi aceitar quem eu sou, a idade que tenho e meu corpo também. Não tenho o padrão de corpo que 99% dos gays desejam, mas estou sempre comprometido. E a maioria pode observar que com pessoas atraentes e com conteúdo. Não que eu tenha me descuidado totalmente do meu corpo. Apenas optei por não dar a importância que a maioria dos fúteis dá. De gente bonitinha, malhada e sem um pingo de massa cinzenta no cérebro, o inferno está cheio. Não que eu não vá pra lá ! Se eu for, prefiro que seja por motivos mais nobres.

Aliás, o termo futilidade é um daqueles que varia de pessoa pra pessoa. Pois bem : Eu considero fútil aquele tipo de pessoa que só tem um assunto. Que repete as mesmas coisas. Que não é capaz de dialogar sobre vários tópicos, com algum tipo de opinião. E é o que eu mais vejo por aí... aqueles que só falam de roupas, que só falam de igreja, que só falam de filhos e parentes, que só falam de dietas ou aquele insuportável que vive se queixando da vida.

E falando em se queixar, até nisso mudei. O blog é uma terapia, um desabafo, concordo. Mas os leitores tem diminuído, por conta do corre corre cotidiano. Há muita informação a ser absorvida. Sendo assim, não é preciso ser um gênio pra perceber que ninguém irá perder tempo lendo o blog de alguém que só reclama, que fala que quer se matar, que nunca vai achar alguém, que foi traído, etc. Percebo que a paciência geral está por um fio. Então, se for pra escrever, prefiro que que se aproxime de algo relevante.

Voltando ao assunto principal, eu mudei. Pra c@*@*** ! Mas não foi do nada. Mudei, porque vivi o suficiente pra aprender e não persistir em certos erros. E reparei que ninguém muda quando fica no seu próprio mundinho pra sempre. Pra sair da zona de conforto, é preciso ser homem. Ter aquilo roxo. Porque a vida é dura, meus amigos. Damos na cara do outro e levamos também. Não tem essa de arco íris eterno. Não mesmo.

Concluindo. Esse sou eu, atualmente. Ninguém muda por ninguém. Nunca mudei minha essência, nem pra agradar namorado. Então quem não gosta do meu jeito, é simples demais. É só se afastar. Eu não obrigo ninguém a ser meu amigo ou a se relacionar comigo. Perdi a conta de quantas pessoas se afastaram por não gostar do meu jeito. Vou fazer o quê ? Me jogar da ponte ? É opção delas e eu não tenho nada com isso. Ainda é melhor do que ficar convivendo com alguém falso. Eu também já me afastei de muita gente por não tolerar várias características. 

Tudo isso pela simples regra universal :

Eu não sou obrigado.

" I am who I am, and you can't change me
I've done what I can, now I'll stand my ground
You're tying my hands if you re-arrange me
It all falls down,
It all falls down "




terça-feira, 17 de novembro de 2015

Divã


Após muito adiar, comecei as sessões com o psicólogo. 

O local é bem agradável e aqui perto do meu trabalho. Ele parece ser das antigas, com algumas idéias bem enraizadas, parecendo até antiquadas.

Não sei se ainda é cedo. Mas sinto falta, às vezes, de um pouco de naturalidade. Geralmente, o psicólogo não julga. Fica remoendo e analisando. Dá a entender que ele não aconselha o que realmente sente.

Na verdade, indo pra 3ª sessão, eu me sinto um pouco mais leve. Já falei coisas bem cabeludas, que me envergonho até mesmo de contar aqui no blog. Não sei se seria a palavra certa... vergonha. Mas não estou no clima de arguições gratuitas em certos assuntos.

Algumas atitudes que tomei nos últimos meses soam estranhas até mesmo pra mim. Que diria então para os outros ?

Falei pra ele que pretendo em breve, quando terminar o semestre letivo, me matricular em um clube de xadrez que descobri perto do meu trabalho. O dr me encorajou, dizendo que seria algo bom pra liberar minha agressividade reprimida.

Confesso que me senti mais à vontade quando ele declarou ser também formado em sexologia. Não que eu tenha ido lá para resolver pendências deste assunto, mas ajuda. Não há como negar que já sinto as mudanças no corpo, após a virada para os 30 anos. Aquela quantidade de sexo desenfreada vem dando lugar a um número mais plausível, com mais qualidade. Falta acertar o meio termo entre o que eu tinha antes e o que tenho hoje. Volta e meia sinto que falta algo e me enfureço. Já reparei que reprimir é inútil, sendo o ideal transformar essa energia.

Ainda não deu tempo de explicar a ele minha sensação de pânico social e se há solução pra isso. Eu detesto, com todas as minhas forças, as multidões, barulhos desnecessários, gente sem educação falando alto, choro de criança, etc. Também não curto andar em grupos, sem um elo em comum. Do tipo que acabaram de se conhecer e alguns conhecem a maioria, outros ficam boiando nos assuntos. Sinceramente não tenho a mínima paciência pra isso.

Pra vocês terem idéia... tenho mantido contato com um colega que conheci no Facebook, na esperança de que virasse um amigo. Depois de meses, conseguimos marcar um chopp. Após conversar por quase meia hora, aparece uma amiga com um conhecido dela e resolve ficar. Eles não falavam português. Além de eu ficar boiando por não conhecê-la, nem ao menos entendia o que ela falava. Levei na esportiva, pensando na possibilidade de ela ter apenas passado por ali e não de ele ter marcado com ela e comigo ao mesmo tempo. Sim, resolvi tentar outra vez, apresentando meu namorado. Consegui 4 ingressos pra uma peça e iria chamar este cara e mais um outro conhecido meu ( pra não terem a desculpa de segurar vela ). Aí vem ele, se anima pra peça e diz que vai avisar a galera.

- Oi ? Que galera ?

Será que eu que sou louco ?

Fiquei com essa música na cabeça, essa semana. Não sei porque...




terça-feira, 10 de novembro de 2015

Fúria


Ainda não sei como lidar com as minhas explosões.

Antigamente, não passavam de raiva incontrolável... que rendia alguns xingamentos, algumas demissões até. Mas tudo piorou muito.

Parece que entrei em outro nível de fúria. Vontade de quebrar tudo, de explodir de ódio.

Outro dia eu estava assistindo a série House e em um episódio um personagem tinha essa característica explosiva. As crises de fúria estavam acabando com o casamento dele e a esposa sugeriu um tratamento que envolvia a diminuição dos hormônios masculinos. Com o tempo, a mulher viu que isso estava fazendo ele adoecer. E queria a volta da pessoa que ela detestava, mas que aprendeu a lidar.

É claro que existem momentos e momentos. Não é uma fúria por qualquer coisa. Consegui um livro que me aconselhou a manter um bloco de anotações sobre a raiva. O grau de agressividade, de 1 a 10, com as alterações dos batimentos cardíacos.





Estes são trechos do livro :


Neste caso, sobre as provocações... eu me lembro bem sobre fazer um ranking do grau de explosões de fúria que tive até pouco tempo atrás. O ápice foi em 2010, em uma briga relacionada a uma mentira dentro do relacionamento. Reparei que as maiores explosões surgiam quando eu achava que estavam subestimando minha inteligência / percepção / paciência / boa vontade.


Depois dessa, fiquei um bom tempo sem explosões desse nível. Realmente eu achava que não passaria disso... de alguns palavrões em alto e bom tom e de um empurrão. Foi meu máximo, até os 26 anos. Depois disso, entrei em um processo de reflexão e procura pela paz. Porém, eu continuava sabendo o que faria eu explodir. Tentava alertar aos poucos que permaneciam perto de mim sobre como prevenir essas situações.

De tanto avisar, quando aconteceu o que eu mais temia, o causador já sabia as consequências. Foi algo bem traumático, que fez a explosão de cinco anos atrás parecer um simples fogo de artifício no reveillon.

Relutei em procurar um psicólogo. Alguns são piores que prostitutos. Alugam os ouvidos a preços exorbitantes, quando nem sequer estão lhe ouvindo. Já tem a opinião formada e um sermão pronto pra cada um. Farei uma tentativa na busca de uma exceção. Mesmo assim, prefiro não dizer que sou gay, com receio do profissional ser preconceituoso e alterar os diagnósticos.





quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Ela é o diabo



Minha mãe vive insistindo pra que eu veja esse filme, com Meryl Streep. Diz ela que é muito engraçado. Mas já divido o mesmo teto com ela, já posso imaginar como é. E foge de ser engraçado.

Meus pais são muito entediados. E querem descontar nos outros o tédio acumulado neles. 

Na terça, meu pai me liga. Eu, no trabalho... nem pergunta se tô ocupado. Diz que não tá conseguindo usar o PC lá de casa. Peço pra ele reiniciar. Ele permanece na linha, até que reinicie. Falou que era pra resolver uma pendência no banco.

Chega ontem, pedindo pra eu ver um preço de remédio pela internet. E já era tarde... e eu estava querendo descansar. Deixei pro dia seguinte, pra ver no trabalho ( hoje ).

Acordo hoje, hiper disposto. A ponto de fazer exercícios matinais. Passo pelo quarto da minha mãe e ela resmunga :

- Você ontem nem pra ver o negócio pro teu pai, né ?

- O que ? - ela despertou o demo

- Eu veria no trabalho hoje ! Não era nada urgente ! - completei

- Se fosse pra outras pessoas você já teria visto . ( indireta pra dizer que eu me dedico mais ao meu namorado... ÓBVIO )

- Vem cá... de quando é essa receita ? - indago

- Semana passada !

- Então porque ele não viu na terça, quando tava me ligando pra usar o computador ? 

- Não quer fazer, não faz ! Má vontade !

E saí de perto, pra não estragar meu dia. Ia mandar se fuder.

Fui pro trabalho ouvindo a trilha sonora de O fabuloso destino de Amélie Poulain, que costuma me tirar do caos. 

A sorte é que meu menino agora está por perto. Ele foi me encontrar e o sorriso dele já fez eu me sentir melhor.

Preciso sair dessa casa. Pra ontem.


segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Longe do meu lado



" A paixão quer sangue e corações arruinados
E saudade é só mágoa por ter sido feito tanto estrago
E essa escravidão e essa dor não quero mais
Quando acreditei que tudo era um fato consumado
Veio a foice e jogou-te longe
Longe do meu lado "

Três anos se passaram e essa música se encaixa como uma luva. A Hellen talvez tenha sido minha última paixão ( tardia ) adolescente. Naquele dia de finados de 2012, morreu o que restava da minha adolescência não viva. Meu resquício de ingenuidade foi enterrado. Acabei despertando.

Um amigo na época chegou a me ligar no dia em que ela chegou no RJ, vindo de Piracicaba. Ele fez questão de me dizer que eu parecia em êxtase, como sob o efeito de drogas.
E tinha toda a razão. Eu estava completamente fora do meu corpo e entregue naquela paixão doida. Doida porque nunca daria certo... Ela morava no interior de SP, e eu, no RJ. 
Ninguém ia largar a sua vida, sua família, pegar as malas e se mudar. Era óbvio. Mas preferimos tentar e ver no que dava.

Por mais marcante que tenha sido, ficamos apenas um dia juntos. Os longos meses em que mantemos contato quase diário pela internet se resumiu e acabou ali. E olha que eu brincava com ela, sobre nossos gênios fortes... dizia que quando brigássemos, provavelmente seria o fim.

Depois de insistir no errado, optei por não me envolver mais com garotas. Essa coisa de ser bissexual não traz vantagem nenhuma. No que observei até hoje em minhas experiências, as mulheres estão focadas em mil coisas... e o homem está praticamente em último. Eu não vejo vantagem nenhuma em ser deixado de lado. 

Nesses 30 anos de vida, pude constatar que :


  • Um dos principais objetivos da mulher é ser mãe. E pra isso precisa do homem. Talvez se não precisasse, poderia ser mais sincera e não procurá-lo;
  • Formar uma família bonitinha pra colocar no porta retrato e no Facebook ;
  • O homem é o amor da vida dela, até nascer o primeiro filho. Aí a criança toma o lugar do otário, que ainda banca financeiramente esta farsa toda ;
  • Provavelmente, o único que ama o homem, de verdade, é outro homem. As mulheres visam tudo, menos o homem. Aparências, roupas, status, parentes, religião, N hobbies, etc. E depois reclamam que está faltando homem ; 
Eu sabia de tudo isso, mas tinha a esperança de que ela fosse uma exceção. Quando ela veio pro RJ, combinamos de passar 4 dias juntos e ela disse que ia " aproveitar " pra conhecer uns parentes do falecido pai dela, que ela ainda não conhecia. Mas parece que foi o contrário... ela veio pra fazer social com eles e " aproveitou " pra me conhecer.

Apenas acho que outro homem não teria este tipo de comportamento.

Enfim... fui otário uma vez, mas resolvi não me tornar profissional.
Eu, que me achava o maior egoísta... achei quem me superasse.


sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Correria


Corre, Douglas... vamos lá.

Atrasado de novo, nesse Centro do RJ. Contra o fluxo das pessoas, me sinto o pai do Simba contra os antílopes. Tento me esquivar.

Meu boy agora está pertinho de mim. Uau... que alegria. E pensar que tive participação decisiva, ao reparar na vaga em aberto e indicá-lo. O menino vai amadurecer com as responsabilidades e ainda administrar melhor o tempo, sabendo que ele é hiper curto no Centro.

Enquanto isso, um enrustido que trabalhou comigo tem me mandado mensagens incessantemente. Diz ele que quer jogar video game na minha casa. Uhum... o mesmo que sumiu após ter me bloqueado repentinamente. O mesmo que era bem homofóbico e escroto. O mesmo que confessou que " deixaria " outro homem chupar ele, mas que ele não era gay. Falo nada. Só observo.

Abriu um Starbucks pertinho do meu trabalho. Ô, glória ! 






sábado, 24 de outubro de 2015

Lunar em Gêmeos


A influência lunar no nosso nascimento diz muito sobre como nos sentimos, nossa reação em determinadas circunstâncias e qual tipo de personalidade nos alimenta no sentido emocional.

Sendo assim, eu por ter tido Gêmeos na lua, ao nascer, me sinto bem ao lado de pessoas criativas, inteligentes, divertidas, joviais e de bem com a vida. Talvez por isso, quando me deparo com um geminiano, meus olhos brilham, mesmo que eu nunca tivesse visto o indivíduo antes. Eles trazem aquele vento, aquela brisa do campo, aquele frescor da juventude. Uma prova viva é a geminiana Maria Bethânia, que emana uma energia incomparável.

Não são coincidências, são fatos. E contra fatos, não há argumentos. Explica o fato de eu achar o geminiano Chico Buarque sexy demais, mesmo aos 71 anos. Me ajuda a entender como eu acho estiloso o nosso amigo blogueiro José Antonio e como ele chegou bem na idade que está, comparando com a aparência que tinha quando atuava no teatro ( não mudou quase nada ). 

Claro que não iria esquecer uma das principais amizades que tive : com a geminiana Dama de Cinzas. Nós tratávamos da vida de forma leviana e divertida, sempre dando risadas e bebendo / comendo algo. É aí que entra o lado negro de Gêmeos ( me incluo nisso ). O geminiano acaba tendendo a lidar com tudo de forma muito superficial, não se aprofundando em quase nada. Quando algo que era divertido se torna algo sério ou enfadonho, eles se retiram. Saem de cena. E nossa amizade de alguns anos se acabou no primeiro stress. Nada que me surpreenda.

Os garotos geminianos são um poço de alegria e mantenho contato com alguns. São daquele tipo que tudo é festa. Que te mandam nude do nada, na hora do almoço, sem mais, nem menos. Eles vivem em algum tipo de anarquia e repudiam qualquer tipo de pessoa que tente controlá-los. Costumo compará-los com coelhos selvagens. Daqueles que quando tentamos colocar no colo e dar carinho, nos arranham.

É por isso que eu acho eles lindos, mas não pra namorar.
Gosto do controle... por mais utópico que seja...  :) 

Deixo um link valioso de um documentário chamado " O vento lá fora ", em que Maria Bethânia recita Fernando Pessoa. Imperdível. Procurei, penei, mas achei.





sexta-feira, 23 de outubro de 2015

A boa do fds


Depois de três dias coladinho com o boy, chega o final de semana.

Se fosse em outros tempos, eu já estaria enjoado com tanto grude. Gosto de um tempinho longe pra respirar. Mas o momento tá gostoso e a fase tá contribuindo, por mais que haja ainda algumas pedras no sapato.

Meus pais ficaram 3 dias fora e aproveitamos pra voltar do trabalho juntos, ficar um pouco... fazer o jantar, dormir... separados... e acordar juntos pra também juntos ( rs ) ir trabalhar. 

Essa simulação de alguns dias juntos deu pra ter uma idéia de como seria se morássemos debaixo do mesmo teto. Ainda precisamos de alguns ajustes.

Mas a comida continua ótima.

Literalmente.

PS : sinhô Edu veio me imitar e perguntar a boa do fds. A boa é ir ao teatro e pegar um rodízio de pizza à lenha. Melhor que isso : O restaurante não cobra os tão doloridos 10%.

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Terceiro


Pessoal, esse será meu terceiro canto.
A partir de agora, darei meus pitacos, desabafos, despejos de ódio reprimido e de vez em quando alguns relatos felizes, pois nem tudo é lava nesse inferno... Rs

Falando em inferno, este horário desgraçado de verão começou. Só mesmo nessa droga de país, pra manter um absurdo desses que só faz mal ao nosso corpo.

Aos amigos Tabajaras, como o Latinha... aqui estou.