terça-feira, 10 de novembro de 2015

Fúria


Ainda não sei como lidar com as minhas explosões.

Antigamente, não passavam de raiva incontrolável... que rendia alguns xingamentos, algumas demissões até. Mas tudo piorou muito.

Parece que entrei em outro nível de fúria. Vontade de quebrar tudo, de explodir de ódio.

Outro dia eu estava assistindo a série House e em um episódio um personagem tinha essa característica explosiva. As crises de fúria estavam acabando com o casamento dele e a esposa sugeriu um tratamento que envolvia a diminuição dos hormônios masculinos. Com o tempo, a mulher viu que isso estava fazendo ele adoecer. E queria a volta da pessoa que ela detestava, mas que aprendeu a lidar.

É claro que existem momentos e momentos. Não é uma fúria por qualquer coisa. Consegui um livro que me aconselhou a manter um bloco de anotações sobre a raiva. O grau de agressividade, de 1 a 10, com as alterações dos batimentos cardíacos.





Estes são trechos do livro :


Neste caso, sobre as provocações... eu me lembro bem sobre fazer um ranking do grau de explosões de fúria que tive até pouco tempo atrás. O ápice foi em 2010, em uma briga relacionada a uma mentira dentro do relacionamento. Reparei que as maiores explosões surgiam quando eu achava que estavam subestimando minha inteligência / percepção / paciência / boa vontade.


Depois dessa, fiquei um bom tempo sem explosões desse nível. Realmente eu achava que não passaria disso... de alguns palavrões em alto e bom tom e de um empurrão. Foi meu máximo, até os 26 anos. Depois disso, entrei em um processo de reflexão e procura pela paz. Porém, eu continuava sabendo o que faria eu explodir. Tentava alertar aos poucos que permaneciam perto de mim sobre como prevenir essas situações.

De tanto avisar, quando aconteceu o que eu mais temia, o causador já sabia as consequências. Foi algo bem traumático, que fez a explosão de cinco anos atrás parecer um simples fogo de artifício no reveillon.

Relutei em procurar um psicólogo. Alguns são piores que prostitutos. Alugam os ouvidos a preços exorbitantes, quando nem sequer estão lhe ouvindo. Já tem a opinião formada e um sermão pronto pra cada um. Farei uma tentativa na busca de uma exceção. Mesmo assim, prefiro não dizer que sou gay, com receio do profissional ser preconceituoso e alterar os diagnósticos.





5 comentários:

Paulo Roberto Figueiredo Braccini - Bratz disse...

Uma decisão importante esta. Ha muitos anos atrás, qdo eu tinha meus 30 anos, optei por isto. Digo isto e mais: Foi a coisa mais importante q eu fiz em minha vida. Foram 6 anos desta experiência. Renasci, ou melhor: Nasci.
Agora: 01- o profissional tem q ser escolhido meticulosamente. 02- Você não deve estabelecer prazos poi isto é um processo. 3- Não busque resolver problemas q vc julga específico. Não é por aí. Tudo está interligado ao longo de toda a sua vida. 4- Fale muito, ouça muito e. fundamentalmente aja. 5- As coisas mais importantes são aquelas q mais parecem ser insignificantes. 6- Seja absolutamente franco e transparente com o terapeuta. Não busque subterfúgios ou desculpas para justificar qualquer omissão [isto está diretamente ligado a uma questão q vc colocou no seu post, até porque vc vai perder tempo. Ele vai saber qdo vc entrar no escritório só de te olhar. Esconder vai obrigá-lo a trabalhar uma questão imbecil: Pq vc teve medo e escondeu a sua orientação sexual?]. 7- Não espere diagnósticos. São coisas q não existem neste campo. O que existe é um processo de auto conhecimento e um aprendizado de como vc pode lidar com tudo isto. Algumas coisas vc até pode mudar outras não. Apenas aprenderá a lidar com elas sem traumas. Bem, já falei demais. Se conselho fosse bom eu estaria cobrando e caro por esta consulta.

Wildeman disse...

Coincidência que também foi beirando os 30, como eu. Obrigado pelo conselho.

Paulo Roberto Figueiredo Braccini - Bratz disse...

É, como dizem, a idade do "lobo". Quando realmente começamos a ter plena consciência de que somos um SER.

Anônimo disse...

Quando estiver com raiva podes vir me dar uns tapinhas que não dói... kkkkk

Anônimo disse...

Ai ai , andei lendo e possivelmente raiva descontrolada assim tenha alguma razão genética sabia? A melhor coisa a fazer é ser vc mesmo e achar alguem que ti aceite assim e vc tbm precisa se aceitar como é e então tratar isso. Não é algo do dia pra noite mas é algo que surge com o tempo o ser humano tem essa capacidade de se reinventar graças ao nosso maravilhoso cérebro! Bjs seu lindo e quando for ficar com raiva de novo me cham pois adoro homem brabo, os gays tbm... eita!!!