domingo, 23 de setembro de 2018

Sobre regeneração e redenção


Esse espaço é muito bom para uma boa expressão. Resolvi voltar a escrever aqui, de vez em quando, até que a tempestade de múltiplas tarefas e perda de foco me afaste novamente.

Como estão vocês ?

Estive basicamente alternando entre o trabalho e alguns momentos de puro carpe diem, curtindo a solidão de morar só. Quem tem ou já teve esse prazer, sabe que é uma sensação totalmente libertadora. Só tem medo de ficar sozinho, quem ainda não aprendeu a lidar com os próprios demônios internos.

Confesso que tentei migrar pro Tumblr. A plataforma é bem fácil de se utilizar, mas só consegue ler quem tem o aplicativo. Isso desanima bastante. Resolvi não continuar. É como escrever algo legal e jogar no ralo, ou mesmo falar sozinho.

O título do post é bem aleatório, porém provocativo. 2017 e 2018 foram anos de silêncios, de cicatrização, de redefinição de estratégias. Não fiz nenhuma loucura, nada fora do planejamento, nem mesmo emocionalmente. Tive oportunidades de aparar algumas arestas do passado, por exemplo. Um término mal resolvido de 2011 que pesava como uma mancha no meu caráter, foi finalmente resolvido, com o perdão de quem sofreu com minha imaturidade, aos 26 anos. Um outro relacionamento que terminou sem explicações, cheio de dúvidas e possibilidades, teve também a chance de se expressar em palavras nesse período. Sou uma pessoa que precisa de respostas. Preciso entender o que acontece e o por quê dos acontecimentos. Fico bastante satisfeito quando consigo preencher essas lacunas da minha história, porém sei que não dá pra conseguir sempre isso. Acabei começando pela redenção...

A regeneração foi por conta do meu último relacionamento longo, no qual morei junto. O pensamento de um dos meus mestres, Sr Wilde, resume bem o que senti...


Ao que parece, somos levados a crer que em algum momento teremos paz, conseguindo o que se deseja. Esse foi um dos maiores enganos de toda minha vida. Eu fui gerando um ego, que no pensamento de Sartre é algo construído e . externo ( e concordo com ele ). Ego este, que foi moldando um ser que seria perfeito pra mim. Fui desenhando nos meus devaneios... desenhei bastante, cada traço, cada característica. O ser deveria ter um pouco das minhas experiências boas já vividas e o que eu esperava viver. Aos 29 anos, eu me deparo com essa pessoa, em pleno chat do UOL, que em 2014 já estava entregue às traças. Foi a única vez que utilizei esta sala de bate papo em anos, enquanto que ele entrou naquele dia. Passamos quase três anos juntos, fase em que tivemos muitos momentos de felicidade plena. Porém, fomos do céu ao inferno quando o lado negro de cada um despertou. Por não esperar a quantidade de mentiras que presenciei, acabei sendo envenenado pela situação e me recusava a desistir. No final, a sensação que tive era de que se eu não desistisse, iria para o abismo, literalmente. Minha vida iria toda pro ralo. Passamos o ano de 2016 morando juntos, até novembro, quando ele se foi, definitivamente. Cheguei a entrar em outra relação instantânea, para anestesiar meu ego e meu coração, mas foi algo de um mês e pouco. Precisei me isolar um pouco, depois disso.

Experimentei um pouco de cada aplicativo de encontro LGBT. O Tinder é algo mais infantil, que acabou virando um Facebook pra caras que querem te pegar e não tomam atitude: deletei facilmente. O Hornet é o meio termo, mas também não vi graça: pouca conversa. O POF seria o melhor, com informações detalhadas... porém as pessoas atraentes não tem paciência pra preencher as dezenas de perguntas do aplicativo e acaba que ficam só os carentes lá, querendo casar no primeiro encontro. Por incrível que pareça, o que mais gostei foi o Grindr. A proposta do aplicativo é bem legal e prática. As pessoas é que acabam estragando o app. Ali você vê quem tá perto, o que busca, se é atv ou psv, entre outras informações bem úteis pra não se perder tempo chamando a pessoa errada. Nesse aplicativo eu pude ter idéia da quantidade de gays que temos hoje... chega a ser engraçado...rs. Também pude presenciar a banalização da prostituição, em tempos de desemprego e com uma geração que preza ganhar dinheiro sem esforço. REALMENTE TRISTE. Consegui muitos encontros, nestes apps. Sexo não é algo difícil... e alguns até querem algo sério, mas não sabem como chegar lá. Três desses encontros quase viraram algo sério, ano passado. Esse ano estou na minha primeira tentativa...

Se deixar, escrevo dezenas de parágrafos. Não há muito o que detalhar... Tenho devorado o Spotify e a Netflix, ultimamente e me rendi ao Instagram. 

O trabalho me faz bem e a completei três anos nesta empresa, que está em crescimento.

Aguardo notícias de vocês...